Este é um livro, no mínimo surpreendente.
A primeira leitura (principalmente se feita por uma mãe) traz consigo um sentimento imenso de desconforto e culpa. Afinal qual a mãe (ou pai, ou avó, ou tia...) que nunca perdeu a cabeça com as travessuras e diabruras dos rebentos e deu um grito para os fazer acalmar?!
O que Jutta Bauer ,escritora e ilustradora deste livro, se propõem fazer e faz efectivamente, é a análise do que acontece a eles (crianças) quando nós (pais, avós, tios, educadores...) perdemos a cabeça e gritamos com eles. E, na minha opinião a parábola resulta muito bem, quiça de forma um pouco brusca, mas sem pinta de moralismos deixando claro que, mesmo quando se perde a cabeça, o importante é reconhecer o erro, juntar as peças e recomeçar. Afinal as nossas crianças sabem que não somos perfeitos e é com a nossa capacidade de reconhecer que errámos que vão aprender a lidar com os seus próprios erros.
Este livro conta a história de um filhote pinguim e da sua mãe, num dia que começa assim:
"Hoje de manhã, a minha mãe gritou comigo, e eu fiquei desfeito.
A minha cabeça voou para junto das estrelas.
O meu corpo perdeu-se por entre as ondas do mar (...) "
No entanto, depois de ver o seu corpo literalmente desfeito pelo globo, o pequeno pinguim acaba nos braços da sua mãe que, com paciência procurou, juntou e cozeu todos os pedaços do filhote e lhe pede “Desculpa”…
Sem sombra de dúvida, um livro da LUA NOVA!
Quando a mãe grita – Jutta Bauer
Edições GATAfunho
1 comentário:
uma experiência única sobretudo quando vivida a dois (mãe e filho/a)por forma a cada um compreender melhor o sentimento que provoca no outro , ultrapassando assim da melhor forma esta fase...
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